13 de ago. de 2011

Ai mãe, que mico.


Estão nascendo asas em minha filha mais velha. Ela está prestes a fazer quinze anos e percebo que falta pouco para iniciar seu treinamento de vôos. Em pouco tempo, minha filha do meio fará o mesmo e, consequentemente, chegará o dia do meu menino. Sempre afirmei que estava criando meus filhos para o mundo e descobri que falar é muito fácil. Meus filhos cresceram sem que eu notasse.


O tempo escorreu rapidamente de minhas mãos, vieram as comemorações de aniversário, Natal, Páscoa, e eu, de certa forma, não queria olhar o fato. Sim, porque, aos olhos de uma mãe seus filhos serão sempre seus bebês. "Ai mãe, que mico". Certamente esse será o comentário dito, em coro, ao lerem o que escrevi.

Quero voltar no tempo em que, de fato, eles eram os meus bebês, quero todos com quatro, seis, oito anos. Quero que fiquem ao meu redor, embaixo de minhas asas. Naquele tempo, para as meninas eu era o espelho, eu era a perfeição. Agora, minhas duas adolescentes me questionam, batem de frente sem perdão. Deixei de ser um exemplo e virei "inimiga". A opinião das amigas é mais importante que a minha, não faço mais parte do clubinho. Inevitavelmente, lembro-me quando tinha a idade delas e fazia igual. Minha mãe dizia, com toda sua paciência, que eu iria crescer e que, se eu tivesse filhos, eles iriam fazer o mesmo... As vezes, penso que minha mãe tem uma bola de cristal e prevê o futuro, pois seus comentários são sempre certeiros.

Olho para minhas filhas, respiro, por vezes me afasto um pouco, lembro-me dos hormônios em doses elevadas, das mudanças constantes de humor e não, não faço como minha mãe, mas sempre falo que não posso viver a vida delas, assim como elas não podem viver a minha e, por aí, rezo toda uma ladainha que elas conhecem muito bem.

Sei que não existem manuais de como criar nossos filhos, mas, os livros geralmente nos apontam uma direção, um norte. Agora, olho para todos os que li sobre o tema, guardados na estante e percebo que não são mais necessários, precisam ser substituídos por "como ser mãe de adolescentes". E a maratona de leitura com esse tema deve iniciar logo. As asas estão nascendo e eu não quero que eles voem para longe com uma orientação incompleta.

Em tempo: para quem tem filhos pequenos e pensa em ler algo realmente contrutivo, recomendo o livro Escola de Pais, de Luiz Lobo.

Imagine essa cena:
Pai, mãe e filho na praia. A mãe olha para o marido e diz: - Amor, vou dar um mergulho, por favor, não tire o olho dele!
A mãe se afasta, o filho olha para o pai e quase em prantos fala: - Pai, por favor, por favor, não tire o meu olho!

É mais ou menos com essa cena que o livro começa. Digo mais ou menos porque esse livro não está na minha estante. 

4 comentários:

  1. MARAVILHOSOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!! E escrevo com letras maiúsculas, pois achei sensacional mesmo! Taí, uma coisa que eu faço constantemente: pensar no futuro e em como será a minha saudade desse tempo em que fico abraçada ao Arthur na cama inventando e contando histórias, sim, pois ele ama muito mais as historinhas que eu invento com os nomes esquisitíssimos que ponho nos personagens! kkkkkkkkkkkkkkkk

    sei q isso não demora muito, pois como bem dissesse, o tempo escorre pelos dedos e perdemos a noção dele. mas...........peço a Deus que me dê muito tempo nesse rolar pra cá e pra lá na cama com ele ainda, até chegar a hora de ele pensar assim: "ai mãe, que mico"!!!!!!!!! um beijo carinhoso.........Lisy

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  2. Está minha! Ai q vergonha... pq eu ainda não o li. Mas depois desse seu post, vou começar já! só para explicar, o livro está comigo pq o teu marido emprestou pro meu... e até hj ele tbém não leu!
    Qto a dificuldade de aceitar q os filhos não nos pertencem, que os criamos para o mundo... eu confesso q sofro mto com isso e mais...eu sofro em admitir que a Malu é do Nino tbém... no meu egoísmo maternal, ela é só minha... meu bebê que completará 5 anos na próxima semana e que eu tenho tantos receios da inevitável aborrecência...Helck, vc me deixou apavorada e eu quero dizer uma coisa... este assunto merece outros capítulos!

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  3. Maria José S. R. Klein14 de ago. de 2011, 18:45:00

    Minha linda, Eu vivo essa saudade do meu filho desde que ele nasceu, pode isso?!
    Sofro de saudades sim, porque eu sei que um dia ele levantará voos muito altos, e quem sou eu pra segura-lo? Apenas sua mãe... A pessoa que o criou para o mundo, ou que tenta colocar isso dentro da própria cabeça...
    Amiga Helck, aproveite esses lindos momentos especiais, eles, nossos filhos, realmente não são nossos.
    Beijos

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  4. Amiga, ainda não me sinto preparada para opiniar... minha consciência ainda está em fase de negação....rsrsr Só o que posso dizer é que sempre é bom ler o que vc escreve.... bj

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